Troca de farpas e polêmicas salariais marcam relação entre prefeito e vereadores em Guarantã do Norte
O clima político esquentou de vez em Guarantã do Norte. Uma verdadeira queda de braço se instaurou entre o prefeito Márcio Gonçalves e os vereadores do município após ambos promoverem reajustes nos próprios salários, em meio a cobranças por mais transparência e responsabilidade com o dinheiro público.
De um lado, o prefeito sancionou e publicou o Projeto de Lei nº 020/2025, de sua própria autoria, garantindo um reajuste de 8,20% no próprio salário, que agora salta de R$ 22.968,90 para R$ 24.852,35. A vice-prefeita também recebeu aumento, passando de R$ 13.781,34 para R$ 14.911,40, enquanto os secretários municipais tiveram um acréscimo de 5,20%.
O detalhe que gerou indignação é que a medida foi aprovada de forma silenciosa, sem qualquer manifestação pública por parte do prefeito ou dos secretários. A falta de comunicação sobre decisões que impactam diretamente os cofres públicos foi duramente criticada por lideranças locais e pela população.
Mas se o prefeito deu seu passo, a Câmara Municipal também realizou uma votações realizadas sem qualquer divulgação prévia, os vereadores não apenas aprovaram um reajuste de 11,35% nos próprios salários, como também criaram um auxílio-saúde no valor de R$ 1.000,00 mensais para cada parlamentar. Tudo isso aprovado longe dos holofotes e sem qualquer debate aberto com a sociedade.
O resultado desse pacote de benefícios colocou Guarantã do Norte no topo do ranking de legislativo mais bem pago da região norte de Mato Grosso.
O salário base de cada vereador agora chega a R$ 9.441,72, somados a uma verba indenizatória de R$ 3.936,45 e ao recém-criado auxílio-saúde, totalizando R$ 14.378,17 por mês para cada parlamentar. Fora diárias, adiantamentos e outros benefícios.
O impacto dessa decisão nos cofres públicos é bilionário para os padrões municipais: R$ 6,5 milhões em quatro anos.
Diante da repercussão, o atrito entre Executivo e Legislativo se intensificou. Nos bastidores, vereadores acusam o prefeito de tentar jogar a opinião pública contra eles, ignorando o fato de que ele próprio assinou o próprio reajuste.
Enquanto a classe política aumenta os próprios salários, o município enfrenta desafios como falta de médicos em unidades básicas, problemas na infraestrutura e demandas sociais não atendidas.
Fonte: Noticia em foco